quinta-feira, 6 de agosto de 2009

4º Encontro – 22/05 e 23/05 (4 horas)


TP3 – Unidade 11 – Tipos textuais
Unidade 12 – A inter-relação entre gêneros e tipos textuais
Nesse encontro realizamos a OFICINA 6 também de maneira integral (TP3 – Unidades 11 e 12).Porém, antes de iniciarmos as etapas, fizemos a leitura e uma breve discussão do texto reflexivo “A maior bronca que já levei”. Concluímos, a partir da discussão, que devemos mostrar ao nosso aluno a importância do estudo em sua vida; que na nossa vida há futuro e devemos pensar nele com carinho e seriedade porque o estudo é um meio de conseguirmos ter um futuro melhor, com mais conforto e tranquilidade. Eis o texto:

A maior bronca que já levei

Tínhamos uma aula de Fisiologia na escola de medicina logo após a semana da Pátria. Como a maioria dos alunos havia viajado aproveitando o feriado prolongado, todos estavam ansiosos para contar as novidades aos colegas e a excitação era geral.Um velho professor entrou na sala e imediatamente percebeu que iria ter trabalho para conseguir silêncio. Com grande dose de paciência tentou começar a aula, mas você acha que minha turma correspondeu?Que nada. Com um certo constrangimento, o professor tornou a pedir silêncio educadamente. Não adiantou, ignoramos a solicitação e continuamos firmes na conversa. Foi aí que o velho professor perdeu a paciência e deu a maior bronca que eu já presenciei."Prestem atenção porque eu vou falar isso uma única vez", disse, levantando a voz e um silêncio carregado de culpa se instalou em toda a sala e o professor continuou."Desde que comecei a lecionar, isso já faz muito anos, descobri que nós professores, trabalhamos apenas 5% dosalunos de uma turma. Em todos esses anos observei que de cada cem alunos, apenas cinco são realmente aqueles que fazem alguma diferença no futuro; apenas cinco se tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas.Os outros 95% servem apenas para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil.O interessante é que esta percentagem vale para todo o mundo. Se vocês prestarem atenção notarão que de cem professores, apenas cinco são aqueles que fazem a diferença; de cem garçons, apenas cinco são excelentes; de cem motoristas de táxi, apenas cinco são verdadeiros profissionais; e podemos generalizar ainda mais: de cem pessoas, apenas cinco são verdadeiramente especiais.É uma pena muito grande não termos como separar estes 5% do resto, pois se isso fosse possível, eu deixaria apenas os alunos especiais nesta sala e colocaria os demais para fora, então teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranquilo sabendo ter investido nos melhores.Mas, infelizmente não há como saber quais de vocês são estes alunos. Só o tempo é capaz de mostrar isso. Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais, apesar da confusão que estará sendo feita pelo resto.Claro que cada um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá. Obrigado pela atenção e vamos à aula de hoje.Nem preciso dizer o silêncio que ficou na sala e o nível de atenção que o professor conseguiu após aquele discurso. Aliás, a bronca tocou fundo em todos nós, pois minha turma teve um comportamento exemplar em todas as aulas de Fisiologia durante todo o semestre; afinal quem gostaria de espontaneamente ser classificado como fazendo parte do resto ?

Hoje não me lembro muita coisa das aulas de Fisiologia, mas a bronca do professor eu nunca mais esqueci.

Para mim, aquele professor foi um dos 5% que fizeram a diferença em minha vida. De fato, percebi que ele tinha razão e, desde então, tenho feito de tudo para ficar sempre no grupo dos 5%, mas, como ele disse, não há como saber se estamos indo bem ou não; só o tempo dirá a que grupo pertencemos.Contudo, uma coisa é certa: se não tentarmos ser especiais em tudo que fazemos, se não tentarmos fazer tudo o melhor possível, seguramente sobraremos na turma do resto."


I- Leitura dos textos do TP em estudo (p.97- Iniciando nossa conversa e 129 a 132- Ampliando nossas referências, com a realização das tarefas). Esse momento foi importante para aprofundar os tópicos teóricos apresentados nessas unidades que são, na sua essência, os Tipos textuais.Chegou-se à conclusão de que os tipos realizam-se dentro dos gêneros e são limitados: narração, descrição, injunção, predição, dissertação (exposição e argumentação) e que um texto apresenta sequências tipológicas, visto que dentro de um mesmo texto podemos ter partes narrativas, descritivas etc. E o que caracterizará o tipo é a predominância de uma delas.“Temos que reconhecer que há sequências de enunciados que se estruturam linguisticamente de acordo com uma certa forma de organizar as informações no pensamento. Essa construção mais formal, mais teórica, definida pela natureza lingüística de sua composição, chamada tipo textual, integra o plano composicional dos gêneros e , serve, muitas vezes, para caracterizá-los.Assim, um gênero compõe-se de várias sequências tipológicas diferentes, e as variadas sequências tipológicas que compõem um gênero também podem ser muito heterogêneas, mas estão sempre muito interligadas, pois prestam-se à finalidade da realização desse gêneroÉ por um complexo de propriedades comunicativas, estilísticas e composicionais que distinguimos um gênero do outro, não apenas por uma delas. É na dimensão composicional que podem ser focalizadas as sequências tipológicas.” (p. 163 – TP3).

II- Apresentação dos “Avançando na prática”
A atividade mais desenvolvida pelos professores com os seus alunos foi a da p.109: Um jogo cujo objetivo final era escrever um texto descrevendo um objeto de grande valor pessoal. O desafio era dar o maior número de informações possíveis, mas identificá-lo apenas na última linha do texto. Segundo os professores essa atividade foi dinâmica e muito prazerosa para os alunos.


III- Atividade A:
Fizemos as atividades da p.105 e a da p.156. Alguns professores sentiram um pouco de dificuldade em localizar as partes narrativas, descritivas etc. dos textos. Primeiramente porque confessaram que não houve tempo para um estudo mais aprofundado das Unidades em casa e também por comprovarem que existem textos com uma grande variedade de tipos em apenas poucas linhas e só uma avaliação mais atenta faz com que distingamos cada um deles.

Atividade B:
O texto foi lido em voz alta por um cursista. Os professores adoraram o texto do Jô Soares.
Formamos dois grupos:
1- enumerar argumentos para que o texto seja considerado um exercício de redação escolar. Argumentos utilizados: correções feitas no texto; linguagem própria de adolescente/criança: por causa dele, doidinho, mudava, chamava ele, pra.
2- Enumerar argumentos que mostrem não se tratar de um exercício escolar. Argumentos utilizados: conhecimento do assunto.
Conclusão:
Não é um exercício de redação escolar pois há críticas maduras, ironias, conhecimento do assunto e também pelo local de sua origem (suporte): revista de circulação nacional e renomado humorista.
Esse texto apóia sua ironia na intertextualidade de gêneros. Daí a importância da definição de gênero de acordo com a situação sócio-comunicativa que gerou o texto, apesar das marcas de escolaridade e infantilidade.

ATIVIDADE EXTRA

Aproveitando um maior envolvimento dos professores com os tópicos teóricos discutidos, fizemos uma atividade extra: RETEXTUALIZAÇÃO DE GÊNEROS ESCRITOS

Com a análise desses textos, pudemos perceber como um gênero se vale de outro para comunicar sua intencionalidade. É o que chamamos de intertextualidade entre gêneros (Estudo da Unidade 12 seção 3). Ou melhor, características de um gênero podem ser “transportadas”, podem “migrar” para outro para atender a uma finalidade comunicativa.
Luiz Antônio Marcuschi em seu livro Produção textual, análise de gêneros e compreensão da editora Parábola trata desse fenômeno utilizando a nomenclatura intergenericidade “hibridização ou mescla de gêneros em que um gênero assume a função de outro.”(p.165)

IV- Nesse momento, os professores fizeram um DESABAFO: a falta de tempo está dificultando um pouco a realização das tarefas – tanto de estudo quanto das atividades com os alunos. Um tanto previsível se levarmos em conta a jornada de trabalho dos professores hoje em dia. Inclusive, houve desistências iniciais por esse motivo; o bom é que a grande maioria resolveu continuar por perceber a importância do programa. Foi sugerido que os professores criassem um hábito de estudo e trabalho com o GESTAR para fazê-lo funcionar nas suas aulas. Esperamos uma melhor adaptação para os próximos encontros.

V- A pergunta foi: Qual a diferença entre Letramento e Alfabetização? A maioria já tinha algum conhecimento sobre o assunto mas ansiavam por maiores informações. Aguardem o próximo encontro! Esse será o nosso estudo.

PARA CASA: Estudo do TP 4 (Unidades 13 e 14) com a realização de um “Avançando na prática”


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